Os acordos com os pais e a sua influência no comportamento
“Se te portares bem dou-te um carrinho”. Esta é uma frase muitas vezes utilizada pelos pais quando pretendem interferir no bom comportamento das crianças, contudo quais serão as implicações da mesma?
O desenvolvimento de acordos comportamentais entre pais e filhos surge como uma das estratégias mais eficazes de regulação e moderação de comportamentos. Contudo, a banalização do seu uso tornou-se um problema emergente.
A verdade é que o facto deste tipo de negociações serem utilizadas frequentemente tornaram os problemas comportamentais das crianças ainda mais efetivos.
Certas necessidades não podem ser colocadas em causa ou “à discussão”, não podendo sequer ser negociadas. Ou seja: “se disseres obrigado dou-te um brinquedo”.
As crianças devem perceber que existem pequenas situações que deverão ser obrigatórias, como o agradecer, o bom comportamento e a boa educação.
Muitas são as circunstâncias em que para evitar certas birras os pais fazem pequenos acordos com as crianças. Contudo, à medida que estes acordos vão aumentando, as próprias crianças apercebem-se que se fizerem pequenas birras conseguirão o que pretendem.
Por isso, é necessário que estes “contratos comportamentais” sejam feitos com conta, peso e medida, de forma a não prejudicar a educação e o desenvolvimento da personalidade das crianças.
Por exemplo: acordos feitos “em cima” de discussões intensas ou birras ferozes são esforços em vão, uma vez que a criança nada aprende com isso, a não ser o facto de conseguir o que efetivamente era objeto de birra.
Dar uma resposta aos comportamentos no imediato e poder depois encontrar um tempo mais tranquilo para estabelecer uma solução conjunta funciona melhor e tem resultados mais eficientes.
A gestão do comportamento das crianças não é um processo fácil e simples, obriga a uma importante organização e criatividade na procura das melhores soluções, e claro, alguma paciência